Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
Tentado pela maçã que invade seu pseudo-espaço, angustiado pela irresolução que se lança sobre suas fantasias, instável como um big bang caótico, que se faz em uma rubra pincelada em um céu vazio, perdido de uma viagem eterna em um mar de consciência flutuante, eis o navio de cristal, eis três viajantes em um mesmo barco, tão frágil quanto a relatividade de suas emoções, sozinhos a buscar pelo ideal perdido, doce vicio, quanto ao qual é escrever sobre o que há de ser, pensar, fazer, sonhar e por fim realizar.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Meu mal.


Parecia um fim de semana qualquer, um dia em que estava cansado e buscava o afago dos abraços amigos, mas não é sempre que achamos o que buscamos, muitas vezes somos achados, e eu fui.
Flui no meu sangue um veneno de uma cobra mortal. Envolveu-me em seu corpo frio e escamoso, me apertou até que eu já não pudesse resistir, um grito ecoou em silêncio no lugar mais escuro da minha alma, um veneno tão caro quanto um vinho velho, bem, eu tinha que pagar por ele, paguei com minha paz. Recebi uma carta do passado, ela revelou algo oculto, revelou segredos que prostituiram minhas lembranças outrora guardadas como troféu.
Hoje é o dia em que eu o liberto. Queime tudo com o olhar capaz de carregá-los ao inferno, pensei. Mas tudo que posso fazer é vomitar caso eu a veja, porque sim, eu sinto nojo. A piada com gosto de sangue, os sorrisos sem dentes e o palhaço sem cor, o tripé do que restou. Duas porcas e um galo, incumbidos de transmitir a sífilis para o hímen virgem que eu amava, que eu pensava amar, que representava o único momento em que eu pensava contatar aquilo dito “ser puro”.
O engano se tornou o ingrediente para condicionar o que está em mim agora, o mal. Não tenha medo, meu anjo, irei guardá-lo aqui dentro, mas se me ver irá saber o quão longe deve ficar. Amo-te cobra, trouxe-me a luz da verdade, a escuridão do pesar, a liberdade do sentir, e o caminho a se traçar, longe das porcas, da sífilis, da mão suja com a que me tocou. Desgraçado é todo o tempo que perdi em ti, mon petit.
J.