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Tentado pela maçã que invade seu pseudo-espaço, angustiado pela irresolução que se lança sobre suas fantasias, instável como um big bang caótico, que se faz em uma rubra pincelada em um céu vazio, perdido de uma viagem eterna em um mar de consciência flutuante, eis o navio de cristal, eis três viajantes em um mesmo barco, tão frágil quanto a relatividade de suas emoções, sozinhos a buscar pelo ideal perdido, doce vicio, quanto ao qual é escrever sobre o que há de ser, pensar, fazer, sonhar e por fim realizar.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Para meu amigo!



Isolamento; acho que às vezes esse estado é a condição mínima para que eu escreva com um pouco mais de racionalidade. Dois mil e treze não chegou muito educado, essa coisa de classificar o ano com um adjetivo que possa personaliza-lo é frescura, você sabe e se não sabia, sabe agora, algumas pessoas são perenes no tempo, não importa se os anos passam e tantas coisas acontecem.
Eu perdi um amigo no começo de janeiro, não que eu tenha perdido a sua amizade, mas o prazer da sua companhia, ele tem uns escritos aqui no blog, assinados por “L”, ele que fundou o blog comigo, se o proposito disso aqui era ter um design mórbido, agora tudo aqui tem um contorno meio mórbido, tanto faz se você olhar superficialmente ou der uma extensa vasculhada. Sinto que eu deveria falar sobre meu amigo e é isso que vou fazer, pois bem, ele é um cara que leva as coisas a sério, leva diversão a sério, leva o estudo a sério, a família e os amigos a sério, leva a saúde a sério, leva datas e horários a sério, leva o Discovery channel a sério, leva até esses rituais de comemoração a sério, por mais bobos que sejam, em suma, leva a vida a sério, se você está se perguntando por que eu o descrevi no presente, não se preocupe caro leitor, tenho o prazer de lhe explicar, acabei de ser iluminado por essa ideia... “É, de ser e não de foi”, porque a existência física não é parâmetro de classificação dos amigos de verdade no tempo passado, ele é e será, porque seus amigos e família enquanto existirem sempre o serão; amigos e família de Lucas.
Parando para pensar agora, eu sempre achei que as pessoas que levam a vida a sério demais não aproveitavam muita coisa e eram um bocado chatas, eu estava errado, porque Lucas mostrou que a vida pode ser aproveitada sem que sejamos obrigados a seguir aquela receita de bolo clichê, que diz; “foda-se tudo e faça o que quiser” como eu pareço seguir, eu sei.  
Lucas gozou a vida dando séria importância a comer duas embalagens de miojo, dançando sozinho no quarto, implicando com o irmão mais novo, me complexando com críticas pelo mero prazer de me ver complexado, e muitos outros momentos com Cristiane, a Ellen e tantas outras pessoas, que na noite ou fora dela eram sempre alvo do apreço e dos planos que Lucas fez. Às vezes eu não o encontrava em casa, ele estava na casa da tia Lurdinha, sua madrinha, outras eu o encontrava em casa e ele estava encolhido ao lado da mãe, como uma criança que pedia colo, ou só esperando o café que Ivonete fazia especialmente para ele, garoto mimado desenvolveu um método bem interessante de fazê-la sentir-se satisfeita em servi-lo, sagaz, eu notei.
Lucas às vezes tentou me bancar o cupido nos dias de festa, me encorajou a seguir com desejos bobos, se absteve de reclamar das coisas que sabia que não iria adiantar, e tinha um jeito legal de me fazer sentir especial, não que ele queria que eu me sentisse assim, Lucas não gostava de encorajar meu ego (ninguém gosta), mas eu me sentia especial quando ele dizia que eu entendia perfeitamente o que ele queria dizer e completava o que ele não podia expressar corretamente.
Não há saudade de ex namorada que se compare a saudade de um amigo, e eu sinto a falta do Lucas, todos os que o conheceram ainda sentem, sinto falta dos conselhos que só ele era capaz de dar, das piadas sujas que podíamos rir sem ninguém entender, eu queria poder derrota-lo em um jogo de sinuca, não lembro da ultima vez que eu ganhei. Ser amigo como Lucas é, trata-se de tornar a amizade imortal, de ter algo a ensinar com originalidade, de cultivar as peculiaridades, de valorizar as coisas responsavelmente corretas, de mesclar a inteligência e a tolice, equilibrando-as com sorrisos e também de ser chato por simplesmente querer.
 Lucas conheceu a mais bela das faces do amor, costumava exalar a êxito e partiu como um vencedor, amado por quem o conheceu, e respeitado por quem escutará suas estórias.
Ps: Te amo pra sempre, com e sem lágrimas...
J.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Para "N".


Há uma garota, guria, mulher para qual eu fiz referência ou dediquei a maioria dos meus textos e esse aqui é bem direto, para ela em especifico. O fato é que passei boa parte desses anos escrevendo algo reclamando sobre ter perdido, ou sobre como sentia sua falta, nossa, a vida é mesmo engraçada, eu nunca a perdi, nem nunca vou perdê-la. 
Depois que descobri isso me sinto meio ignorante para divagar com certeza sobre algo, mas disso eu acho que tenho alguma certeza; não é porque beijei a ti em nosso reencontro que nunca a perdi, mas simplesmente porque sei sobre o que falo, e este saber vai além do toque entre peles, vai além da emoção de estar.
“Na primeira hora te quero longe, você é só mais alguém, mesmo que eu demonstre um interesse especial em estar ao seu lado, respeite a distancia da minha pele! mas você me toca e me assusta, eu não sei bem o que isso quer dizer, mas ainda não quero o teu toque”.
“Na segunda hora eu permito, você é alguém para mim e pode alguma coisa, tocar é natural e isso não vai além, estou sorrindo feito um idiota, caminhando ingênuo, e esperando que mais horas passem, com você ao lado, é claro”.
“Na terceira hora somos amigos íntimos, confidentes, já temos alguma ideia no que isso vai resultar, discutimos por algo que não importa muito, eu sinto que devo ir embora, nosso reencontro não pode passar da onde está”.
“Na quarta hora somos amantes, namorados que nunca se separaram e nem disso são capazes, um beijo muito desejado, difícil de ser descrito porque a impressão foi além do normal, nosso momento é só o que importa, surreal...
Eu não sei quantas vezes esses momentos podem se repetir, muito menos a formula para manter você comigo do jeito que eu quero, eu não vou me desgraçar pensando até descobrir, ou lutar mil batalhas por você. Vez em quando já me basta, porque sempre vem e vai, você em mim, eu em você, sem mim e sem você.
Quando eu disse que nunca a perdi, não quer dizer que eu te tenho, mas que no nosso sempre, na nossa estória, sempre nos queremos. Me beija mais!  Não me importo em trair, não com você, mas eu sei de outra coisa, isso pode mudar. O tempo muda as coisas, e ainda assim outras nunca mudam não é?
Uma mudou, essa você precisa saber; não sou mais de me entregar sem pensar, a parte que você tem é a que nunca perdeu, porque quando eu te amei, eu deixei com você, e ainda está, “sempre” estará.
J.