Depois da vida, resolve-se guardar o coração em um lugar diferente, um lugar tão alto que se tornou impraticável subir àquela altura de novo, com medo de cair... Pensam-se duas, três, infindas vezes até a exaustão antes de olhar para cima de novo. Até que um sorriso contagiante de outrem apareceu para aquele ser, homem de lata, que pára e fixa seu olhar de curiosidade desesperadora de descobrir o que se esconde atrás daquele gesto tão humano e enigmático. Aos poucos ele sobe aquelas pedras que rasgam sua superfície rígida sem vida sabendo que só encontraria a resposta se chegasse ao topo. As pedras no caminho o fazia lembrar de tudo que já passou, o que o fez fraquejar por vezes, mas a vontade de tentar de novo era insaciável. Poderia ser um erro, mas ele já não queria saber disso, o sorriso estava quase se apagando. Poucos segundos depois, agarrou com toda força aquele coração sedento de sentimentos e transbordando fragilidade. Com aquele núcleo de sensações em mãos, não soube o que fazer, pois o mesmo já não encaixava no mesmo lugar. Sua decisão foi atropelada pela sua ganância, ofereceu seu próprio coração de bandeja ao sorriso, que o fez de pedaços, em minúsculas fibras espalhadas por todo o chão, com todo seu enigma e humanidade.
O homem de lata já não pode mais amar, pois não soube amar a si próprio.
L.
Pouha, muito do caralho !
ResponderExcluir