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Salvador, Bahia, Brazil
Tentado pela maçã que invade seu pseudo-espaço, angustiado pela irresolução que se lança sobre suas fantasias, instável como um big bang caótico, que se faz em uma rubra pincelada em um céu vazio, perdido de uma viagem eterna em um mar de consciência flutuante, eis o navio de cristal, eis três viajantes em um mesmo barco, tão frágil quanto a relatividade de suas emoções, sozinhos a buscar pelo ideal perdido, doce vicio, quanto ao qual é escrever sobre o que há de ser, pensar, fazer, sonhar e por fim realizar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Asteróide ZYBX

- Insistem em falar do que não entendem. Aquela velha história, o apego a sistematização padronizada do pensar, se prova a cada dia, a multidão se trancou com a ignorância, sem entender o fluxo distorcido de palavras, que viam ao ler os escritos, encontrados misteriosamente na margem do lago congelado; eis o tumulo dos intelectuais que buscavam a história, o contexto e o começo para aquele manifesto: Assim disse o criador! Nenhum deus ou algo que o valha, simplesmente uma criança de oito anos de idade, no duro! Cabelo grisalho, pele enrugada, usava até uma bengala um bocado enfeitada e na época do são João, perambulava por aí, correndo e estourando bombas dentro de blocos carmesin.
 Tudo que era incomum despertava a curiosidade daquela criança, e seguindo assim, em pleno pós modernismo, em que novos conceitos costumavam ser formulados a partir da idéia de gerar novas formas de se extrair, produzir e consumir, a pequena criança só pensava em criar tudo que seria impensável, algo a mais, além das formas geométricas conhecidas, algo que não pudesse ser desenhado com as curvas possíveis de se fazer com a tinta, além de todas as dimensões existentes. A velha criança criou uma espécie de coisa, inominável, essa coisa foi posta em cima de um lago congelado, esse lago estava lá mesmo antes dos humanos criassem qualquer forma de comunicação, essa espécie de coisa funcionava toda vez que alguém visitava aquele espaço e olhava para o gelo, a dita cuja coisa e tralha, transmutava as palavras afogadas no subconsciente daquele alguém, para a margem do gelo, as palavras mais comuns eram: ingenuidade, outrora, desapego. O objetivo daquela criação era transpor os sentimentos de uma criança para um adulto, para que esse pudesse, por exemplo, transmutar as maquinas que só existiam em seus sonhos, (uma maquina que fizesse chover hambúrguer, quiçá brócolis) talvez assim a coletivização daquele conhecimento pudesse tornar o mundo melhor.  
 A civilização logo tornou ponto turístico aquele lago congelado. Os adultos responsáveis, engravatados, tomaram conhecimento e decidiram investigar a origem daquelas palavras, um trator e uma escavadeira, logo se tornaram protagonistas daquele palco congelado, então não havia mais palco, nem dita cuja coisa e tralha, apenas escombros e um caso jamais desvendado.
 A criança lamentou sobre aquele caso, decidiu viajar por aí com seu asteróide ZYBX, dando aos formigueiros redondos que encontrava em seu passeio, a oportunidade de se libertar das leis de Newton, a possibilidade de um mergulho em um sonho real.                                  
                                                                                                           J.

7 comentários:

  1. Esse lago estava lá desde sempre, ninguém sabe porque, a velha criança gostaria de firmar sua ideia em uma superfície eterna, de base fixa.

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  2. O Lago Congelado, de uma maneira filosófica, foi "descongelado", pois só a "velha criança" perambulava em por ali, em seu mar de agitação ! Gostei muito da trajetória do texto ! Saravá !

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  3. Bem humano do desumano destruir o que não se entende, que exista independente de nossa atuação.
    Parabéns pelo blog!
    Abraços.

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  4. Este texto ele é bem interessante, justamente pelo fato dele levar o leitor a ver como as pessoas são únicas. E, partindo disto é possível chegar a conclusão de ver o ser humano como um "cavalo" de olhos tapados que mal consegue ver as suas redondezas.Por isso, meu velho amigo nós seres ditos pensantes precisamos de análises como esta sua para percebermos que o homem está precisando, urgentemente, despertar destes limites cerebrais que a sociedade inflige para ele ter o poder de perceber como o seu interior extra- físico e do próximo é valoroso. Pois, quando ele perceber isto a pobreza, e as outras tantas pragas sociais poderão desparecer, e ele com certeza passará a ser racional. Parabéns!!!! pelo texto está muito bem escrito. Grande Abraço do Grande Ronaldo.

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  5. Conto realista ou pós moderno?
    Eu escolheria ser formiga!

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  6. "a oportunidade de se libertar das leis de Newton, a possibilidade de um mergulho em um sonho real."

    Muito épico man, a utilização de um "lago congelado", não sei porque, mas trouxe uma certa beleza sobrenatural ao ambiente descrito. *-*

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