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Salvador, Bahia, Brazil
Tentado pela maçã que invade seu pseudo-espaço, angustiado pela irresolução que se lança sobre suas fantasias, instável como um big bang caótico, que se faz em uma rubra pincelada em um céu vazio, perdido de uma viagem eterna em um mar de consciência flutuante, eis o navio de cristal, eis três viajantes em um mesmo barco, tão frágil quanto a relatividade de suas emoções, sozinhos a buscar pelo ideal perdido, doce vicio, quanto ao qual é escrever sobre o que há de ser, pensar, fazer, sonhar e por fim realizar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pós inspiração de um suicida

P2: - O que você está pensando?  O que você vai fazer agora?
P1: - Pra você e somente você saber, nesse instante só penso em morrer, mas não tenho certeza se esse é o desfecho correto, o mar ou uma faca? Hemorragia ou afogamento? Opine, por favor!
P2: - Bem, não pense em besteira, você ainda tem muito pela frente.
P1: - Resposta errada, você não é diferente, eu enxergo claramente um corvo negro atrás de você, você ainda não sabe, mas você também ama a morte, e ela sim, é uma boa amante, acho isso de certa forma engraçado, afinal, a morte está me perseguindo, aqueles que amam a morte, são amados pela morte, e só por isso você está comigo aqui agora, junto de mim, junto com ela.
P2: - ...
P1: - Pelo caminho árduo de um demônio, perdi meu mapa e sem perspectivas só me resta coragem.
P2: - Esse é o doce da vitória? Ou o amargo da derrota?
P1: - É tudo uma possibilidade, eu quero mesmo é manipular o destino, agarrar o momento de ouro, eu vou fazer um rosto inexpressivo e olhar além da distancia, você também pode, estou aqui para erguer, arrastar os que estiverem comigo, até onde eu puder chegar, eu ainda não entendo direito, mas eu grito isso pra mim mesmo, nem o sol, nem a sorte, completa esse meu jeito.
P2: - Eu nenhum momento pensei de outra forma, mas agora estou determinado a ficar aqui até o final.
P1: - A solidão e amargura roubaram as palavras do seu pensar, você está limitado a ser, fazer, ou estar, mas eu acho que nem sempre foi assim, tente se lembrar.
P2: - ...
P1: - O vento é mesmo surpreendente, não tem outra maneira de se sentir mais intensamente vivo, do que estar à mercê.
P2: - ...
P1: - É verdade, ele quebrou minha casca, quebrou o asfalto, limpou os prédios, trouxe a tona o que hesitam em enxergar, a verdade de tudo aquilo em que não há. E não por alguém, não é de ninguém, o nosso presente.
P2: - ...
P1: - Apresso-me como um perseguido, esperar é um desperdício pra pessoas como eu.
P2: - E agora você está de pé, irônico e determinado, me deixe ser sincero, desfazendo a dor o coração e a sombra, eu escolheria afogamento, não sei amolar facas, manipule o destino presente.
P1: - Não terminará, isso vai até onde eu permitir.
                                                                                                           J.

2 comentários:

  1. "A vida é cheia de dor, com a morte toda dor se vai" Jim M.

    Velho, viajei nesse texto !
    Uma coisinha, não entendi, no fim de tudo ... P1, É a morte ?

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  2. O texto é um caminho, p1 = alguém que já está nesse caminho a um longo tempo... p2= alguém que p1 encontrou nesse caminho...

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