Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
Tentado pela maçã que invade seu pseudo-espaço, angustiado pela irresolução que se lança sobre suas fantasias, instável como um big bang caótico, que se faz em uma rubra pincelada em um céu vazio, perdido de uma viagem eterna em um mar de consciência flutuante, eis o navio de cristal, eis três viajantes em um mesmo barco, tão frágil quanto a relatividade de suas emoções, sozinhos a buscar pelo ideal perdido, doce vicio, quanto ao qual é escrever sobre o que há de ser, pensar, fazer, sonhar e por fim realizar.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Hiato de dois.


Sabe quando uma lágrima escorre do seu rosto sem você sentir nada? Nada mesmo! É tipo quando acaba de acordar e seus olhos concentram toda a preguiça do universo (risos). Essas lágrimas são engraçadas, refrescam a superfície da pele que até então estava quente e enrugada por conta do atrito com os lençóis. É uma boa oportunidade para bancar um ator, dos bons eu diria, principalmente se você estiver precisando externar dissimuladamente algo.
Eu deveria escrever uma vez por semana, basta um rápido “inside”, aptidão para exagerar e acrescentar as palavras certas para tornar aquilo interessante e bang! Temos um texto, nenhum segredo. Estive por aí, vendo e sentindo, você também deve ter feito isso, observando e sentindo coisas semelhantes por ângulos e razões diferentes, brindaremos a semelhança do viver humano?  Perguntei.

- Só de gozação, fantasia, perdição...! Respondeu como se fosse obvio.  
                                                                                                    
- Eu não estive preparando a obra da minha vida ou coisa que o valha, não que eu ache que isso interesse a alguém, mas é que acho que tenho um sonso sentimento de responsabilidade em dar explicações para mim mesmo quando me expresso com alguém, me divirto divagando sobre essas coisas que não importam. Fui embora, não queria ficar muito tempo ali.

Dia passa, noite vem, perco sono, perco manhã, minhas perdas são irrenunciáveis, meus ganhos inegociáveis, pois pobre aqui estou, conversando fiado e tão vadio quanto um vagabundo. Sou um vendedor de férias, mau sucedido, mas bem intencionado, trabalho temporário do carrasco escritor, dissimulo brindes, me esforço no treino da cretinagem, falsifico o futuro, frustro quem espera e espero o que não virá.
Por aquela janela nunca passou por sua cabeça espiar, um manicômio de acesso exclusivo com breve falência, sem médico, um único paciente, perdido no tempo, lacrimejando sem razão, deixou-me um bilhete, tinha dois parágrafos, postei eles aqui, mochila de memórias.
J.

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